A pesquisa mostrou que atividades básicas como caminhar e subir escadas podem ser tão benéficas quanto exercícios: elas melhoram o bem-estar e energizam. O efeito persistirá mesmo para aqueles que são propensos a transtornos mentais.

Uma equipe de cientistas do Karlsruhe Institute of Technology (KIT) e do Central Institute for Mental Health (CIMH) em Mannheim, Alemanha, conduziu uma série de experimentos. Para a primeira, foram selecionados 67 voluntários. Cada um recebeu um sensor de movimento - foi usado por uma semana - e foi convidado a fazer pesquisas regulares de saúde em smartphones. Os pesquisadores então avaliaram a atividade física e a condição dos entrevistados.
O segundo experimento envolveu 83 pessoas. Eles também usaram sensores durante a semana e foram entrevistados de vez em quando. Desta vez, eles foram finalmente convidados a se submeter a imagens de ressonância magnética (MRI) para que os cientistas estimassem o volume de matéria cinzenta no cérebro. Finalmente, os resultados dos dois estudos foram agrupados. Os detalhes são publicados na Science Advances.
A análise descobriu que as pessoas que não fizeram nenhum exercício durante uma semana se sentiram mais energizadas e energizadas ao fazerem suas atividades diárias. Os pesquisadores também descobriram que o córtex cingulado vincula a atividade diária e o bem-estar emocional. Os entrevistados com menos massa cinzenta nesta área se sentiam cansados se não se mexessem, mas eram estimulados pelas tarefas domésticas. O efeito benéfico foi aumentado em voluntários com alto risco de transtornos mentais.
“Os resultados mostram que a atividade física no dia a dia tem um efeito benéfico no bem-estar, principalmente em pessoas com tendência a transtornos mentais”, resumiu o professor Andreas Meyer-Lindenberg, um dos autores do trabalho. Os resultados foram propostos para serem utilizados em aplicativos para smartphones, que irão avaliar o bem-estar dos usuários e motivá-los a serem mais ativos.
As descobertas dos cientistas são úteis agora, durante as restrições ao coronavírus. As pessoas não praticam esportes como antes e, portanto, se sentem exaustos, e a simples atividade ajuda a lidar com as consequências negativas. “Para se sentir melhor, suba as escadas com mais frequência”, disse o professor Heike Tost, chefe da equipe de pesquisa.
A equipe continuará pesquisando para avaliar todo o potencial da atividade “inexistente”. Especificamente, os pesquisadores pretendem descobrir como as atividades cotidianas alteram o volume do cérebro e como usá-las na prevenção e no tratamento de transtornos mentais.