Usando sensores especiais instalados em uma estação ferroviária em Eindhoven, Holanda, os pesquisadores analisaram mais de cinco milhões de movimentos de pedestres e identificaram nove mil pares de pedestres que caminhavam um em direção ao outro e quase colidiram.

De acordo com o estudo, publicado na revista Physical Review E, os pedestres precisam de pelo menos um buffer de 76 centímetros para evitar colisões.
“Dos nove mil pares, quarenta colidiram de verdade, e os demais conseguiram corrigir a rota no último momento, quando havia pelo menos 140 centímetros um do outro antes da colisão”, diz Alessandro Corbetta, pesquisador do Universidade de Tecnologia de Eindhoven.
Usando imagens de vídeo, os pesquisadores criaram um modelo de computador para prever as rotas dos pedestres que se deslocam em locais lotados. Pode ajudar os cientistas a entender melhor como o tamanho espacial e a escala das multidões afetam a capacidade dos pedestres de evitar colisões. Para fazer isso, os cientistas identificaram dois fatores de importância fundamental: o fator visual, que funciona a uma grande distância, e o desejo de evitar o contato forte, que instintivamente funciona a curta distância. Segundo eles, é a partir desses fatores que as pessoas ajustam sua rota para evitar uma colisão.
Como resultado, Corbett e seus colegas descobriram que existem padrões universais de movimento de pedestres que não são afetados pelo ambiente e pelo espaço. Segundo eles, por exemplo, uma pessoa em mil pode parar e mudar sua trajetória para sair de um túnel ou corredor pela mesma entrada em que entrou, mesmo que ande sozinho.
Os resultados dos cientistas ajudarão a gerenciar melhor grandes fluxos de pessoas. Os pesquisadores já anunciaram que o próximo passo será desenvolver modelos mais sofisticados para entender os movimentos de uma multidão ainda mais densa e maior, e agora estão analisando os resultados de outro experimento que testou os efeitos da luz nos padrões de tráfego de pedestres.
“Neste experimento, damos às pessoas a oportunidade de deixar as instalações pela saída esquerda ou direita. Usando luz com diferentes níveis de intensidade, buscamos mudar as decisões de roteamento em favor de uma das duas saídas, e os primeiros resultados mostram que com a ajuda da luz é possível controlar a rota e a trajetória das pessoas”, observam os pesquisadores.