Cientistas canadenses concluíram que a vida útil do sangue doado estabilizado não está associada ao risco de mortalidade por transfusão. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine.

Para fins de transfusão às vítimas, as instituições médicas usam sangue de doador fresco ou enlatado. Este último compensa a deficiência dos volumes necessários de sangue fresco, mas requer certas condições de armazenamento. Em particular, para estabilizar o sangue preservado, logo após a retirada, é associado a soluções especiais, por exemplo, glicose-citrato. Esse sangue permanece funcional por até 42 dias.
No novo trabalho, os pesquisadores analisaram a relação entre a vida útil do sangue doado e a taxa de mortalidade dos receptores. Os autores revisaram dados de 31.497 pessoas do Canadá, EUA, Austrália e Israel. Os resultados mostraram que a taxa média de mortalidade no grupo que recebeu sangue fresco doado foi de 9,1 por cento. Entre os pacientes que receberam transfusões de sangue enlatado, a taxa de mortalidade foi de 8,7 por cento.
O indicador era independente do tipo sanguíneo, instituição ou país. De acordo com o co-autor do estudo Michael G. DeGroote, o trabalho prova de forma convincente que sangue fresco doado não é preferível para transfusão, e o biomaterial preservado não se correlaciona com altas taxas de mortalidade. Ao mesmo tempo, os autores de mais de 40 trabalhos semelhantes realizados anteriormente não foram capazes de refutar isso, disse o cientista.
“Isso ficou em questão. Por fim, nosso trabalho encerrará as discussões sobre os perigos do sangue enlatado e os benefícios do sangue fresco doado”, disse DeGroot.